sexta-feira, junho 04, 2004

A gazela e as estrelas...

(diálogo da gazela com uma estrela-do-mar)

" - O que acontece às estrelas durante a noite?
Nós fomos das últimas criações de Deus. Já havia a noite e o dia, o vento, a chuva, as nuvens e os mares, tudo. Mas Deus ainda não estava contente com a noite e criou-nos a nós, as estrelas. Mas como também faltavam outras coisas que davam imenso trabalho, Ele não teve tempo de fazer tantas estrelas quantas as noites. O que fez com que tivéssemos de aprender a voar. Foi muito difícil para nós aprender a voar. É que não é fácil manter o equilíbrio durante o voo quando se tem cinco pontas, percebes? Nada fácil. (...)Nós, então, as estrelas-do-mar, é que fomos nabas, acabámos por cair durante a aprendizagem!(...)É por isso que aqui estamos. (...)Sempre que é preciso, o sol empresta um raio a cada uma de nós, de modo a podermos viajar incógnitas até à nossa nova noite. Temos já as posições estudadas, é só chegar e brilhar!
- E as estrelas cadentes?
Ah, essas malucas. São estrelas boémias, sabes. Apaixonam-se e esquecem-se das posições. O resultado é sempre o mesmo - riscos no céu! Mas, como é assim de vez em quando, até acho bonito, visto daqui debaixo, não achas?
- E porque é que Deus vos criou, se é que posso perguntar?
Porque a noite era só escuro, estava muito perto de nada. Nós somos bonitas e é por isso que existimos. Nós, as estrelas, fomos uma oportunidade que Deus criou para lembrar todos os que estão cá em baixo que são bonitos, e que se existem são bonitos. É simples. As estrelas-do-céu são bocadinhos de luz. E voam para todos os céus de todas as noites para recordarem aos animais e às plantas aquilo que sempre souberam, mas que às vezes esquecem.
- Que são bonitos?
LINDOS!