".... a maravilha que deve ser escrever um livro: a invenção dentro da memória; a memória dentro da invenção; e toda essa cavalgada de uma grande fuga, todo esse prodígio de umas poligâmicas núpcias, secretas e arrebatadas, com a feminina multidão das palavras, as que se entregam, as que se esquivam, as que é preciso perseguir, ludibriar, seduzir; as que por fim se deixam capturar, palpar, despir, penetrar e sorver, assim proporcionando, antes de se evaporarem, as HORAS SUPREMAS DE UM AMOR FELIZ. Não há matéria mais carnalmente incorpórea, nem outra mais disposta a por amor ser fecundada..."
("Um amor feliz"- David Mourão Ferreira)
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